A Associação Comercial e Empresarial de Amparo (ACEA) elegeu o 29º Pai-Símbolo Amparense. Em carta inscrita pelo filho, José Luis Varandas, o eleito foi o Sr. Antônio Varandas, ou Seu Varadas, como é conhecido e reconhecido por vender algodão-doce na Praça Pádua Sales. A carta conseguiu tocar a comissão julgadora, fazendo dele, o grande homenageado do ano.
Antônio foi jardineiro da Prefeitura e nesta época, um colega, que era proprietário de um carrinho que vendia algodão-doce, veio a falecer, deixando o bem para seu filho que o colocou para vender. O sr. Antônio resolveu compra-lo, mesmo passando por dificuldades financeiras naquele momento.
Pelos bairros da cidade, passou com seu carrinho, quando após a construção da Praça Pádua Salles, ali se estabeleceu.
Em matéria exclusiva realizada com exímia sensibilidade, a jornalista Anna Célia Ellero e publicada em A Tribuna conseguiu evidenciar o carisma do Sr. Antônio e de sua linda história:
“O carrinho utilizado por Seu Varandas continua quase o mesmo da época em que ele o adquiriu no ano de 1964. Apenas duas inovações foram realizadas: os pedais que movimentavam a peça cilíndrica central onde o açúcar é colocado foram substituídos por uma máquina elétrica, e a cor azul do carrinho foi trocada pelo amarelo e verde.
O comerciante tentou fazer outra inovação, mas logo desistiu dela. A ideia foi colocar corantes no açúcar para produzir algodões-doces coloridos, mas Seu Varandas viu problemas nisso, o que o fez desistir da proposta: “O corante ficava no açúcar da máquina, e depois quando eu ia fazer algodão branco saía manchado. Demorava seis, sete algodões para o corante sair. O cliente que pedia o branco não gostava. E ficava feio mesmo. Então, eu decidi fazer só do branco. Aí sai um algodão branquinho, bonito, que dá gosto de ver”, diz o doceiro tradicional.
Três gerações de moradores de Amparo já provaram do quitute de Seu Varandas: “Eu vi muita gente crescer. Eu vendia para crianças que hoje já são avós. Outro dia, veio um homem aqui e disse: ‘Seu Varandas, eu comprava algodão do senhor quando era criança e agora estou trazendo meu neto para comprar’”, relatou Anna em sua matéria.
Seu Varadas, ainda confidenciou à Jornalista que “se eu largar o carrinho, eu fico doente. Eu gosto muito desse trabalho. Enquanto eu conseguir andar, eu venho com ele aqui na Praça. Depois vou deixar para meu filho e ele vê o que vai fazer. Por enquanto, vou continuar aqui, fazendo algodão para todo mundo”.
Seu Antônio receberá ao longo do mês de agosto diversas homenagens, como evento ecumênico e um jantar no Lions Clube de Amparo, no dia 15 de agosto, onde poderá ser paparicado por toda a sua família, recendo o troféu de Pai do Ano!
O evento Pai-Símbolo foi criado em 1986 e desde então integra o calendário de promoções que a ACEA realiza, e neste ano contou com o apoio de: Jornal A Tribuna, Gráfica Foca, Magazine Andorinhas, Kativa´s. Sicomvit , Lojas ED+, Laboraves e Lions Clube de Amparo e Eliana Dagmar.
A ACEA, agradece a todos os inscritos e pede que não desistam para o próximo ano. É muito importante darmos prosseguimento a este tipo de homenagem, que, há largos anos, integra os eventos da entidade, então continuem enviando as cartas, todas são lidas com muito carinho e a histórias nos emocionam!.
Leia a carta vencedora, na íntegra:
“Nascido no dia 3 de julho de 1931 aqui em Amparo (hoje com 86 anos), Antonio Varandas filho de português.
Iniciou seus estudos aos 7 anos na primeira série, com 8 anos começou a trabalhar na roça e com 10 anos abandonou os estudos na quarta série devido a distância que havia entre sua casa e a escola.
Após isso viveu e trabalhou na fazenda até 1959 (Bairro do Pantaleão aqui em Amparo), ano em que veio morar em uma casa no Centro da cidade com seus pais em busca de uma vida melhor, iniciando sua carreira como funcionário público na Prefeitura de Amparo como Jardineiro, função que exerceu durante 45 anos, e até hoje adora montar vasos, fazer mudas e arrumar a horta que tem no quintal de casa, em 2005 sofreu um acidente, que o impossibilitou de fazer alguns movimentos com a perna, obrigando a sair da Prefeitura.
No início dos anos 60, começou a vender algodão-doce nos finais de semana e feriados, (durante a semana trabalhava na Prefeitura), passando por vários bairros da cidade com seu carrinho que era com um mecanismo de pedalar semelhante a um pedal de bicicleta.
Hoje ainda vende algodão-doce, nos fins de semana na Praça Pádua Salles, mais o seu carrinho teve de ser adaptado com uma maquina elétrica de algodão, devido a dificuldade de realizar o movimento de pedalar.
Em 1967 casou-se com Margarida de Oliveira, com quem teve seu único filho, José Luis Varandas (Eu), em 1971.
Antonio Varandas, um pai sempre dedicado colocando a importância da fé em Deus, honestidade, trabalho e respeito para o crescimento pessoal e profissional.
Um Pai sempre muito preocupado com meus estudos, hoje tenho orgulho de dizer que minha faculdade foi paga com o dinheiro da venda de algodão-doce do Varandas.
Agradeço a Deus por fazer parte de uma família tão abençoada.
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