11/04 – Juros do crédito caem mais para pessoa jurídica em março

As taxas de juros das operações de crédito tiveram em março de 2019 comportamentos distintos. Nas operações de crédito para pessoa física os juros tiveram uma pequena elevação, quase uma estabilidade após 12 meses consecutivos de redução.

Já nas operações de crédito para pessoa jurídica, as taxas de juros continuam com sua trajetória de reduções sedo esta a 13ª redução consecutiva. O levantamento é da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). 

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No caso dos juros para o consumidor final, das seis linhas de crédito pesquisadas uma ficou estável (empréstimo pessoal-financeiras), três tiveram suas taxas de juros reduzidas (juros do comércio, CDC-bancos-financiamento de veículos e empréstimo pessoal-bancos) e duas tiveram as taxas elevadas (cartão de crédito e cheque especial).

A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,01 ponto percentual no mês (0,25 ponto percentual no ano), correspondente a uma elevação de 0,15% (0,21% em doze meses). A média 6,71% ao mês (118% ao ano), em fevereiro/2019 para 6,72% ao mês (118,25% ao ano) em março/2019, sendo esta a maior taxa de juros desde janeiro/2019.

Já para empresas, todas as linhas de crédito pesquisadas tiveram suas taxas de juros reduzidas no mês. De acordo com a Anefac, a taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma redução de 0,02 ponto percentual no mês (0,35 ponto percentual no ano) correspondente a uma redução de 0,57% no mês (0,69% em doze meses) passando a mesma de 3,49% ao mês (50,93% ao ano) em fevereiro/2019 para 3,47% ao mês (50,58% ao ano) em março/2019, sendo esta a menor taxa de juros desde outubro/2014. 

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De acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, a previsão para os próximos meses é que haja redução nas taxas de juros das operações de crédito, tendo em vista a melhora do cenário econômico com menor risco e o fato de as atuais taxas de juros das operações de crédito estarem elevadas.

Entretanto, frente às incertezas econômicas que vem pressionando a cotação do dólar bem como fatores externos, notadamente, o quadro econômico em algumas economias emergentes (Argentina, Turquia e África do Sul), elevação dos juros americanos, a guerra comercial EUA x China, Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) bem como o fato do Banco Central ter sinalizado com elevação da taxa básica de juros frente a todos estes cenários, “existe igualmente o risco das taxas de juros voltarem a ser elevadas nos próximos meses”. 

TAXA DE JUROS x SELIC

Considerando todas as elevações e reduções da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde março/2013, tivemos neste período (março/2013 a março/2019) uma redução da Selic de 0,75 ponto percentual (redução de 10,34%) de 7,25% ao ano em março/2013 para 6,50% ao ano em março/2019.

Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 30,28 pontos percentuais (elevação de 34,42%) de 87,97% ao ano em março/2013 para 118,25% ao ano em março/2019.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 7,00 pontos percentuais (elevação de 16,06%) de 43,58% ao ano em março/2013 para 50,58% ao ano em março/2019.



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