08 de Março – Dia Internacional da Mulher

No dia 08 de março é comemorado em todo o mundo o Dia da Mulher. A ideia da criação da data surgiu no início do Século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas das mulheres por melhores condições de vida e trabalho, tal como o direito de voto. Visto isso, em 1910, a alemã Clara Zebrino propôs, durante a Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, a instituição do Dia Internacional da Mulher.

A data foi escolhida associandodois fatos históricos: o primeiro seria uma manifestação de operárias de uma fábrica do setor têxtil em Nova Iorque, quando as trabalhadoras ocuparam a fábrica contra as más condições de trabalhos, em 1857. Segundo versões, as mulheres foram trancadas dentro do prédio que foi, então, incendiado, matando 130 mulheres. O segundo acontecimento seria um incêndio em uma fábrica na mesma data e cidade do primeiro fato citado. Porém, não existe consenso histórico quanto a esses acontecimentos. Alguns historiadores afirmam que este incêndio de 1857 não ocorreu. Em 1975, após um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Mesmo com todo o avanço, em pleno Século XXI, as mulheres ainda sofrem com falta de oportunidades, salários mais baixos, violência, abuso e excesso na jornada de trabalho.

Nós não poderíamos deixar esta data passar em branco. Em homenagem a todas as mulheres da cidade, nosso mascote ACElino sairá às ruas entregando flores a elas. E não para por aí: neste mesmo dia 08, a ACEA promoverá uma palestra exclusiva às mulheres.

Continuando as comemorações, entrevistamos uma mulher de destaque em nossa cidade: a jornalista, escritorae radialista Eliana Dagmar.Eliana apresenta seu programa na rádio Cidade das Águas FM de segunda a sábado, das 08h às 10h30, com dicas e muito entretenimento para os ouvintes. Acompanhe nosso bate papo com ela:

ACEA: Como começou seu amor pelo rádio?

Eliana Dagmar:Militando na imprensa escrita desde os dezessete anos, o ingresso no rádio decorreu como extensão desse exercício na comunicação. Em 1986, quando eu era redatora chefe do semanário “Folha de Amparo”, o saudoso Carlito Campos me convidou para produzir e apresentar um programa de variedades na Cidade das Águas FM. Foi surpreendente minha identificação com esse veículo de comunicação ágil, interativo e envolvente. Em junho deste ano vou comemorar três décadas de dedicação a esse ofício que me conquistou. O rádio é apaixonante!

ACEA: Algumas pessoas acreditam que o rádio é um meio formado principalmente por homens. Em algum momento você sofreu algum tipo de preconceito por ser uma mulher neste meio?

ED: Nesse reduto profissional, como em outros tantos, há prevalência de figuras masculinas. No entanto, nunca fui vítima de qualquer tipo de preconceito. Percebo que é crescente o número de mulheres desfrutando de importantes espaços nos meios de comunicação, o que é ótimo, afinal, talento independe de sexo!

ACEA: Em sua opinião, qual a importância do Dia Internacional da Mulher para o mundo?

ED:A data é símbolo de lutas, superações e conquistas; presta-se ao reconhecimento de seu valor e, ao mesmo tempo, ao resgate de séculos de opressão. Modelos patriarcais de sociedade ignoraram os direitos humanos da mulher e sufocaram suas aspirações e talentos ao longo da história. O Dia Internacional da Mulher é oportunidade para reflexão das conquistas sociais empreendidas e também ensejo para identificação e fomento das preciosas peculiaridades com que a natureza presenteia o gênero feminino.

ACEA: A mulher já conseguiu conquistar espaços importantes na sociedade e o preconceito persiste. Como você vê a questão do machismo em nossa cultura?

ED: O machismo, como concepção de valores, representa uma ideologia com sistema hierárquico de gêneros que delega superioridade ao homem. Ainda que a legislação brasileira garanta igualdade de direitos, os costumes caminham mais lentamente que as leis. Devemos lembrar que os costumes são perpetuados dentro dos lares. Portanto, cabe às famílias, especialmente à mulher, que é mãe, a intransferível missão de formar indivíduos que saibam respeitar o ser humano, independente de sua cor, raça, credo ou sexo.

ACEA: Pra você, o que é “ser mulher”?

ED: Ser mulher é reconhecer em si os preciosos dons com que a natureza nos favorece e empregá-los na construção de um mundo mais justo e mais fraterno. Ser mulher é emancipar a alma, libertando-a das armadilhas da submissão ou da dominação, ambas corruptoras da dignidade humana. Ser mulher é extrair forças da fragilidade, reconhecendo que nossa argila humana é sopro da sabedoria divina.

ACEA: O que é preciso ainda para a mulher conquistar sua verdadeira emancipação?

ED: É preciso lutar contra os estereótipos que a rotulam, e a submetem a impiedosos padrões de beleza. É imperioso não se deixar reduzir a objeto de uso e de prazer, pois essa condição também é uma forma execrável de dominação. A verdadeira emancipação feminina floresce à medida em que a mulher tem consciência de seu valor pessoal e social; à medida em que se convence que a igualdade de direitos e deveres legitima a maravilhosa experiência de ser mulher!

Minha alma, tão padecida,

se não tem tudo o que quer,

tem, ao menos nesta vida,

a graça de ser Mulher!

(Eliana Dagmar)

A Associação Comercial agradece à jornalista Eliana Dagmar e deixa registrada esta homenagem às mulheres da entidade e a todas as mulheres da cidade, eternamente especiais e merecedoras de mais 364 dias do ano, com suas belezas refletidas em sua alma, no cuidado com os outros e na paixão que ela demonstra. Recebam um carinhoso PARABÉNS pelo dia de vocês. Feliz Dia Internacional da Mulher.



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