Mãe-Símbolo 2015

O final de semana do dia 15 foi de homenagens para Catarina Maria de Jesus, Mãe-Símbolo 2015, e sua família.Vencedora do 41º Concurso Mãe-Símbolo Amparense, Catarina teve sua história contada por sua neta Renata.

As comemorações tiveram início na sexta-feira (15), no jantar oficial realizado no Lions Clube,com uma mesa diretiva composta pelo presidente do Lions Clube de Amparo, Artur Antonio Chieregatto e sua esposa, Sandra, a Mãe-Símbolo 2015, Catarina – acompanhada de seu neto Claiton Perin – a Mãe-Símbolo 2015 do Lions Clube de Amparo, Anita Camarini, e da representante da Associação Comercial de Amparo, Karine Gallo. Após o início da Assembleia, Dona Catarina recebeu das mãos de Maria Aparecida de Paula Trolezi, eleita Mãe-Símbolo 2014, a faixa de Mãe-Símbolo, oficializando seu título,das mãos de colaboradoras da ACEA, Catarina recebeu: um vale beleza no Instituto de Beleza Rose Scravonni, que conta com os serviços das manicures Domingas, Janaína, Giovanna e Rita, da fisioterapeuta Jéssica, da esteticista Sol e da cabeleireira Rose, um vale almoço na Choperia Casqueiro e um par de ingressos para o show de Sílvio Brito, no Restaurante Guarani, além de diversos presentes oferecidos pela Associação Comercial. A Mãe-Símbolo 2014, Maria Aparecida, recebeu também um vale beleza no Instituto de Beleza Rose Scravonni. A cerimônia se encerrou com a emocionante história de Dona Catarina sendo contada pelos seus netos Renata e Claiton, após o encerramento das atividades protocolares, foi servido um jantar aos convidados.
A festa teve continuação no domingo (17), quando uma missa na Paróquia São João Batista foi realizada em sua homenagem. Após a missa, o Pe. Jamil Antonio da Costa chamou Dona Catarina ao palco, de onde assistiu emocionada, a leitura de sua história pela neta Renata. Ao final da leitura, o público presente aplaudiu em pé parabenizando-a pelo título de Mãe-Símbolo 2015, tendo ciência de que as mães de Amparo estão muito bem representadas.
Em nota, a Associação Comercial agradece os apoiadores do evento: Jornal A Tribuna, Dagmar News, Doces Kelli, Lions Clube, Arte Fiore, Universo Contabilidade, Good Frango, Sindicato do Comércio Varejista de Itapira, Supermercado Guarani, Instituto de Beleza Rose Scravonni, Choperia Casqueiro e Paróquia São João Batista.
A ACEA agradece também à Dona Catarina e deseja muita saúde e alegria à nossa Mãe-Símbolo e toda sua linda família.

“Mulher de coragem e vigor,
Movida pelo coração.
Que mesmo com tanta luta e dor,
Encontrou apoio na oração.
Criou seus filhos com muito ardor,
E hoje se orgulha deles com amor!

Vó Catarina nasceu em Natércia em 23 de maio de 1935 (prestes a completar 80 primaveras). Casou-se com 17 anos com Eucrides Bernardes da Fonseca (in memorian) em São Sebastião da Bela Vista, Minas Gerais. Tiveram 10 filhos sendo que um menino faleceu com 7 dias de vida e um outro bebe ela perdeu na gestação.

Tem orgulho de sua família de 8 filhos, 9 netos e 2 bisnetos.
Dos 8 filhos, são 7 mulheres e 1 homem. Segue em ordem cronológica: Luzia, Zilda, Sebastiana, Creonice, Maria José, José Antonio, Marli e Márcia.
Teve a maioria dos filhos em casa com a ajuda da parteira Dona Levina, mãe de seu marido, sua sogra. Hoje todos os filhos moram em Amparo e construíram suas vidas aqui.

Netos: Rafael e Heraldo (Luzia e Osvaldo), Claiton e Paulo (Zilda e Toninho), Marcelo e Murilo (Sebatiana e Delcreis), Caio (Creonice e João), Leonardo (Maria José e Eduardo), e Mateus (José Antonio e Cristina). Os dois bisnetos são o Lucas e Gabriel (Claiton e Renata).

Trabalhavam na Fazenda Grotão e quando os filhos nasciam o vô Eucrides escolhia uma vaca bonita e saudável e só dava daquele leite para o recém-nascido, até completar uma certa idade. Nas demais fazendas que trabalharam, sempre ganharam leite dos administradores, o que era de grande valia porque tinham poucas condições de sustentar as crianças.

Vó Catarina e vô Eucrides vieram de São Sebastião da Bela Vista para trabalharem em uma fazenda próxima a cidade Santo Antônio de Posse pois, parentes que aqui estavam, diziam que era um bom lugar com boas oportunidades de trabalho. Vieram com as roupas do corpo e passaram muitas dificuldades. A casa onde moravam era de chão de terra e fogão a lenha. Vó Catarina sempre muito caprichosa e cuidadosa, pegava barro branco para rebocar o chão da casa e deixar o ambiente um pouco mais agradável.
Utilizava sacos de açúcar para fazer roupas para as crianças. Para trabalhar na roça na Fazenda Palmeiras, vó Catarina andava uma hora e meia e levava os filhos junto, pois não tinha com quem deixa-los. Os maiores a ajudavam no trabalho e para os menores ela montava uma barraca para protegê-los do sol. Levava marmita em latas de leite ninho para a hora do almoço.
Vô Eucrides dividiu uma capa de boiadeiro, daquelas de couro que iam até os pés, para proteger do frio, duas filhas que a pé iam para a escola.
Quando vó Catarina precisava, ela chamava Dr. Geraldo que atendia em domicilio, para examinar seus filhos que sofriam de bronquite. Em um episódio, Dr. Geraldo trouxe uma de suas filhas no seu próprio carro para o hospital de Amparo, pois ela precisava ser acompanhada mais de perto. Vó Catarina, dividida, teve que vir com ele e deixar os outros filhos em casa. Os vizinhos, sempre prestativos, ajudavam no que fosse preciso.
Trabalharam também na Fazenda Nova Cintra com o cultivo de algodão.
Resolveram, nessa época, vir morar na cidade (Amparo/SP), onde vô Eucrides conseguiu emprego na ColasRebiere. Pagavam aluguel e passaram por muitas dificuldades, decidindo assim por voltarem a trabalhar no campo, desta vez na Fazenda Palmitar. Vô Eucrides era administrador e a vó Catarina trabalhava como empregada doméstica da dona da fazenda e cuidava dos filhos.
Três filhas ficaram na cidade, pois trabalhavam aqui. Elas alugaram uma casa de fundo e dividiam suas despesas.
Sempre que precisava vir para a cidade, vó Catarina fazia longas caminhadas.
Por todos os lugares que trabalhou, plantou e colheu arroz, feijão, milho, café, algodão. Sempre foi muito trabalhadora e não media esforços para cuidar dos filhos.
Quando sua segunda filha casou-se, vó Catarina se separou do vô Eucrides. Ele continuou na fazenda e ela veio para a cidade morar em uma casa alugada pelas filhas. Mas, logo estava na labuta… Começa então a trabalhar como empregada doméstica.
Surge em Amparo o projeto de casas populares e a vó, depois de se inscrever, foi sorteada com uma casa. É assim que ela livra-se do aluguel e passa a ter sua casa própria.
Foi funcionária do Museu Histórico de Amparo por 11 anos.
Quando completou 70 anos foi mandada embora devido a uma lei que proibia o aposentado de trabalhar em cargo público… Uma pena, senão nossa guerreira, com certeza estaria trabalhando vivamente até hoje.
Enfrentou problemas de saúde com garra e otimismo, superando tudo, sempre, com muita fé.
Participa das missas na igreja São João Batista todos os finais de semana e acompanha assiduamente o “Divino Pai Eterno” pela TV Canção Nova. Vó Catarina machucou suas mãos na roça… hoje a mulher trabalha em grandes empresas, com inúmeras tecnologias. Ela lavava roupas no riacho, hoje temos máquina de lavar e secar roupas. Ela cozinhava no fogão a lenha indo pegar lenha longe de casa, hoje a mulher tem fogão, panelas elétricas, grills e micro-ondas. Ela andava quilómetros a pé, hoje vamos na esquina; de carro. É bem certo que a tecnologia trabalha a nosso favor. Isso é sempre bom, mas convenhamos que uma mulher dessa é digna de nosso respeito e admiração! Sem ela e tantas outras guerreiras desbravadoras, a mulher não seria a mulher de hoje!
Vó Catarina exemplo de vida, exemplo de MULHER!”

     
Seus netos,
Eternos admiradores!