Pesquisa Dia das Mães

Vendas no dia das mães têm pior resultado em 6 anos

 

Considerada a segunda data mais importante para os comerciantes, atrás apenas do Natal, o Dia das Mães não trouxe boas notícias aos comerciantes, segundo pesquisa realizada pela ACEA. Em âmbito nacional, as vendas recuaram 4,6% em relação a 2015, segundo dados apontados pela Boa Vista SCPC. O índice encontrado é ainda maior que a queda registrada no ano passado, quando o recuo foi de 1,2%. Segundo a FecomércioSP, estipula-se que o faturamento total no varejo tenha sido 12% menor do que em 2015, descontada a inflação, ou cerca de R$ 5,1 bilhões a menos.

 

Em Amparo, o movimento do Dia das Mães obteve o pior índice da série histórica iniciada em 2010, chegando a -22,8%. Comparado ao mesmo período de 2015, a queda observada foi de 17,1%.

 

 

Segundo pesquisa realizada pela ACEA com empresas de diversos segmentos, os comerciantes da cidade ficaram insatisfeitos com as vendas neste dia das mães, considerando a semana que antecedeu a data, de 02 a 08 de maio. Para eles, a melhora nas vendas entre 2014 e 2015 – foi registrado um crescimento de 3,3% – reacendeu uma esperança de dias melhores para o comércio. Porém, o que se viu foi consumidores receosos devido à crise econômica que assola o país. Com relação ao fluxo de clientes nas lojas, foi registrada uma queda de cerca de 30%, se comparado ao mesmo período de 2015.

 

No setor calçadista, 66,7% dos comerciantes entrevistados não tiveram suas expectativas superadas durante a segunda data mais importante do comércio, registrando vendas muito aquém do esperado em comparação ao ano anterior, mesmo registrando um bom fluxo de consumidores nas empresas.

 

Com produtos mais caros, o setor de eletrônicos e eletrodomésticos registrou uma queda de 10% a 20% nas vendas na semana que antecedeu o Dia das Mães. Segundo os comerciantes consultados, o movimento de clientes também foi negativo em comparação ao ano anterior.

 

Diante da recessão econômica, com juros elevados e a diminuição da renda familiar e da confiança dos brasileiros, os consumidores buscaram presentes com valores mais acessíveis. No segmento de moda, o cenário foi um pouco mais favorável: 67% dos entrevistados afirmaram estarem satisfeitos com o período. Mesmo assim, a maioria dos comerciantes observou uma tímida diminuição do fluxo de pessoas nas lojas.

 

Outro segmento que registrou baixa nas vendas neste ano foi o de floriculturas. Apesar de considerarem ótimo quando questionados sobre o atendimento aos consumidores, o setor sofreu uma queda de em média 14% com relação a 2015.

 

Novo cenário político

 

Para alguns economistas, a substituição de Dilma Rousseff por Michel Temer deve gerar pouco impacto para o comércio ainda neste ano. Para que o consumo reaja e a situação se mostre mais favorável, é necessário que parte dos 11 milhões de desempregados volte ao mercado de trabalho. Além disso, a inflação e os juros devem mostrar tendência de queda. “O que devemos esperar dos próximos meses é uma diminuição do ritmo de queda das vendas do comércio. O crescimento chegará, mas dentro de um ano ou mais”, afirma o presidente da FACESP, Alencar Burti.

 

Metodologia

 

O movimento das vendas no comércio é elaborado a partir do número de consultas realizadas à base de dados da Boa Vista SCPC na cidade de Amparo, tendo como base a média de 2010 = 100, e como intervalo uma semana antes do Dia das Mães de cada ano.



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